domingo, janeiro 26, 2014

História do Vidro e do Metal (infográficos)

        
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sábado, abril 14, 2012

Vida Acadêmica

Ótima trilha sonora para quem segue na vida acadêmica...

Bolsista de Iniciação Científica.
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Escuta musica MPB. São os primeiros passos na vida acadêmica. Só faz o que os outros mandam, a vida é maravilhosa.

Bolsista de Mestrado.

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Escuta musica ELETRÔNICA. Trabalha como assistente full-time de sala de aula, pega tudo que é matéria. Está completamente empolgado com o que faz e quer ser o melhor na sua área.

Bolsista de Doutorado.
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Escuta HEAVY METAL. O dia começa as 8 da manha e só acaba as 10 da noite. Nada dá certo e ainda tem que lidar com resumos para congressos, relatórios, disciplinas, papers para escrever, orientar os TCCs, etc, etc.

Bolsista de Pós-Doutorado.
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Escuta HIP HOP. Aumento de peso por causa do estresse. Percebeu que não pode salvar o mundo, mas isso não lhe importa, porque ainda assim continuam te pagando um salário. E os papers? Se sair algum, beleza, se não, tudo bem, sempre tem oportunidade para encaixar algum review.

Professor Doutor.
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Escuta GANGSTA RAP. O senso de humor mudou totalmente daqueles dias de iniciação. As dores de cabeça são mais frequentes e começa a esquecer as coisas que foram faladas. Só vive a base da cafeina e em reuniões de diretoria. O melhor é que ninguém pode criticar.

Professor Titular.
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Escuta VOZES em sua cabeça. Esquece dos horários das reuniões, dos dias da semana, do que estava falando em sala de aula, do trabalho dos alunos...

sexta-feira, agosto 12, 2011

Arqueologia Histórica em Formação - 1


Há uns anos notei que maior parte das grades dos cursos de arqueologia (graduação e pós) no Brasil não oferece o merecido peso da Arqueologia Histórica em seus currículos. E com a boa intenção de corrigir isto, eu pensei em algumas disciplinas que poderiam ser oferecidas, tanto para iniciantes como especialistas:

1) Arqueologia Histórica Brasileira


Ementa: Esta disciplina tem por objetivo o estudo e a discussão sobre as práticas da arqueologia histórica no Brasil. Através da leitura e interpretação de textos pretende-se instruir os alunos com as especificidades nacionais para a investigação de uma cultura material em território brasileiro que abrange desde o século XVI até os tempos atuais.


2) Arqueologia Urbana

Ementa: Arqueologia Urbana é o estudo material realizado em sítios arqueológicos formados por longos períodos de ocupação em uma concentrada área. Devendo ser entendida como mais do que uma simples arqueologia "na cidade" ou "da cidade", e sim uma prática arqueológica que não precisa ficar restrita somente aos depósitos em profundidade, explorando toda a potencialidade da paisagem urbana, incluindo edificações, ruas, praças, bairros, etc.

3) Arqueologia Industrial

Ementa: Arqueologia Industrial é o estudo material dos processos produtivos relacionados à manufatura de bens. Sua área de pesquisa inclui desde as relações de trabalho e tecnologias empregadas por diversas sociedades pré ou não capitalistas, até a formação de classes e todos os aspectos materiais envolvendo o sistema capitalista. É também campo de estudo da arqueologia industrial as práticas diárias dos trabalhadores, assim como a paisagem industrial composta por prédios, fábricas, estradas, ferrovias, portos, etc.

Arqueologia Histórica em Formação - 2


Já para os mestrados e doutorados: A linha de pesquisa proposta para a Arqueologia Histórica da pós-graduação tem por objetivo a formação de um especialista em Arqueologia Histórica Brasileira, tendo em vista que os demais programas de graduação e pós-graduação em arqueologia que abordam períodos históricos no país possuem uma perspectiva generalista e pouco orientada para as especificidades nacionais.


1) Seminário em Arqueologias do Brasil Colônia

Ementa: Esta disciplina tem por objetivo o estudo e a discussão sobre as modificações políticas e econômicas ocorridas na sociedade brasileira durante o período dos séculos XVI até XVIII. Através da leitura e interpretação de textos pretende-se instruir os alunos com teorias e métodos para a investigação da cultura material do período compreendido entre a chegada dos europeus e africanos no continente até a independência do Brasil.

2) Seminário em Arqueologias do Brasil Império

Ementa: Esta disciplina tem por objetivo o estudo e a discussão sobre as modificações políticas e econômicas ocorridas na sociedade brasileira durante o período do século XIX. Através da leitura e interpretação de textos pretende-se instruir os alunos com teorias e métodos para a investigação da cultura material do período compreendido entre a independência do Brasil e o fim do sistema monárquico e escravista.

3) Seminário em Arqueologias do Brasil República

Ementa: Esta disciplina tem por objetivo o estudo e a discussão sobre as modificações políticas e econômicas ocorridas na sociedade brasileira durante o período inicial do século XX. Através da leitura e interpretação de textos pretende-se instruir os alunos com teorias e métodos para a investigação da cultura material do período compreendido entre o fim do sistema monárquico e escravista e a formação da sociedade contemporânea.

Ps. Só peço aos colegas que façam referencia ao utilizar estas idéias.

sexta-feira, julho 23, 2010

Matéria Folhateen

Quais são os principais sítios arqueológicos no Brasil? Onde posso ter informações sobre eles e se possível fotos?

Olha sei que não é bem o tipo de resposta que vc imaginava, mas cada sítio arqueológico é um registro único do passado humano, e não tem como definir qual é o mais importante ou qual é o melhor; seria mais ou menos como tentar dizer qual obra de arte é mais "significativa", uma pintura, uma escultura, um poema? O que existe é a qualidade e quantidade de vestígios no sítio para a arqueologia, e neste caso um sítio pode ser "importante" para certas questões, mais do que outro, como no caso da ocupação da America, da origem da agricultura, no estudo do aquecimento global, etc. Porém da mesma forma, como a arqueologia é um processo científico, cada nova descoberta torna-se absolutamente importante na medida em que é única, até obvio, ser superada por uma nova com mais informações. Não sei se ficou claro mas o que posso indicar para ilustrar sua reportagem é que existe um cadastro nacional de sítios arqueológicos no Brasil, no site do IPHAN, vc pode ter acesso a ele; não sei como esta agora, mas creio que eles tem umas fichas mostrando a localização dos sítios cadastrados no país.


Quais foram as principais e mais recentes descobertas arqueológicas no país? Alguma em SP?

Arqueologia é um processo muito dinâmico, mas infelizmente para o público em geral, realizada nos museus e instituições de pesquisa das universidades; assim 99% das descobertas arqueológicas são reportadas somente em artigos e encontros científicos, por isso é muito difícil saber o que esta acontecendo até que esteja terminado o estudo, ou em ponto de publicação. Desta forma, até mesmo para os próprios arqueólogos é difícil saber tudo o que esta acontecendo sem freqüentar os encontros, que no caso do Brasil são bi-anuais (congresso da SAB), ou ter acesso as publicações em periódicos científicos que no caso do Brasil são muito poucos. Portanto, o que temos hoje na arqueologia brasileira são vários estudos sendo feitos em varias frentes, do norte ao sul do país, mas de certa forma isolados um dos outros; outra característica que o público ignora da arqueologia é que este é um trabalho muito lento de investigação, na verdade a pesquisa de um sítio arqueológico pode durar décadas e mesmo assim não ser completamente esgotado, assim uma descoberta recente pode vir de um sítio conhecido ou pesquisado já há muitos anos. Quanto a SP especificamente, não tenho informação, mas creio que Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE) pode te informar sobre o que anda fazendo, principalmente sobre arqueologia de contrato, e quais os sítios cadastrados em SP ou abertos a visitação.


Vc é o criador do arqueologia digital certo? Quais os motivos para criar o site?

Sim. Bom o principal motivo de criar o site é como expliquei antes há necessidade de um veiculo ágil de informação entre os arqueólogos, no Brasil e no exterior; e conseqüentemente por ser na internet, também, a divulgação de informação sobre arqueologia para o público em geral. Claro que toda experiência do site surgiu de duas questões pessoais, uma de comunicação e outra de frustração. Comunicação porque como estudante de doutorado no exterior, apesar de estar em contato com todo o resto do mundo (e em arqueologia principalmente), infelizmente me sentia "cientificamente" isolado do Brasil, principalmente no âmbito da arqueologia. O segundo motivo foi que participando de outras redes sociais, como o Orkut por exemplo, me sentia sempre frustrado ao tentar um dialogo mais científico, ou ate mesmo mais sério sobre arqueologia (sem pseudociência, religião ou esoterismo), o que realmente não é o objetivo destes outros tipos de rede. Portanto a idéia de criar o site, foi justamente unir vários elementos de uma conversa mais "acadêmica" e "profissional" sobre arqueologia, com a amplitude e rapidez da mídia digital.

Entrevistado por Juliana Calderari

terça-feira, agosto 18, 2009

Entrevista IG Educa - Guia de Profissões

Por que você decidiu ser arqueólogo?

A escolha pela profissão correu de uma mistura entre minha curiosidade quase detetivesca na infância, com a maturidade que a pesquisa científica traz para a solução de problemas. Meu primeiro contato com arqueologia ocorreu aos 11 anos quando assisti a um vídeo sobre o trabalho arqueológico no Museu Antropológico do Rio Grande do Sul, fiquei muito interessado sobre o assunto e resolvi estudar mais. Com o tempo procurei sempre orientar minha formação para a arqueologia, logo no primeiro semestre da faculdade me inscrevi em um estágio voluntário no Museu Joaquim José Felizardo de Porto Alegre e depois comecei a participar de escavações e oficinas. A arqueologia sempre ofereceu um campo de investigação novo e instigante, assim acredito que a vontade de fazer algo inusitado e diferente foi o maior propulsor nesta busca.


Como trabalha um arqueólogo?

A primeira etapa de qualquer investigação arqueológica começa sempre pelo planejamento da pesquisa seja ela acadêmica ou emergencial. No caso de uma pesquisa sobre um passado mais recente, incluem-se documentos históricos, entrevistas e imagens antigas. Já uma investigação sobre a pré-história de um local vai estudar desde a reconstituição do meio-ambiente até as fontes de matéria-prima.

Depois o arqueólogo ou arqueóloga vai para o campo coletar seus dados, as pequenas peças de um enorme quebra-cabeça esquecido no tempo e disperso no espaço. Para isso várias técnicas são utilizadas: inicialmente para localização e identificação de sítios arqueológicos na área a ser investigada, e depois para a recuperação dos vestígios através de escavações arqueológicas. Todas estas atividades são exaustivamente documentadas e compõem um enorme acervo de dados para ser trabalhado posteriormente.

A terceira etapa começa com o retorno ao laboratório, o tratamento do material e sua conseqüente análise. Esta etapa pode demorar três ou mais vezes que o tempo gasto em campo, e é aqui que o arqueólogo ou a arqueóloga junta as peças e elabora suas conclusões que vão se transformar em relatórios, dissertações e teses. Mas o trabalho arqueológico não encerra aqui, após a pesquisa existe também muita divulgação dos resultados, e eventualmente até novas pesquisas para confirmar ou refutar hipóteses.


Que profissões interagem com a arqueologia no cotidiano?

O arqueólogo trabalha sempre em equipe, além de estudantes e professores, um grande número de profissionais está envolvido nas pesquisas arqueológicas. Outro elemento hoje cada dia mais presente nas pesquisas arqueológicas é também o público, que visitando sítios e museus participa ativamente da construção do conhecimento.

Na arqueologia interagem desde historiadores, geógrafos, biólogos até antropólogos e arquitetos, cada um contribuindo com sua especialidade. Por ser uma ciência multi- e interdisciplinar a arqueologia sempre se utiliza do conhecimento de outras disciplinas, além é claro do seu próprio, para entender os sítios e vestígios. Assim dependendo da situação, novos profissionais podem se juntar aos pesquisadores, como no caso de uma arqueologia subaquática, etnoarqueologia, arqueologia experimental, etc.

A arqueologia também por seu lado está cada vez mais inserida em diferentes áreas da sociedade além da pesquisa, como a preservação do patrimônio cultural ou mesmo a educação patrimonial. Os resultados da pesquisa arqueológica além de informarem sobre algo que antes era pouco e nem mesmo conhecido, ajudam a formar coleções de referência para novos estudos e acervos que vão ensinar sobre o passado de todos nós.

Onde estão as melhores oportunidades? É preciso sair do país para qualificação?

Hoje o Brasil conta com vários cursos de graduação em arqueologia e inúmeras pós-graduações (espacializações, mestrados e doutorados), distribuídas pelo país. Mesmo que número de arqueólogos profissionais ainda seja pouco expressivo frente à riqueza e diversidade do patrimônio arqueológico brasileiro, o país possui um grupo atuante e não é desprovido de uma legislação específica sobre o assunto.

A formação do profissional em arqueologia no Brasil tem se tornado cada vez mais completa, porém as diferentes instituições ainda oferecem um leque de especificidades restrito ao seu corpo de pesquisadores. E o conhecimento que se tem sobre a potencialidade do patrimônio arqueológico brasileiro é um mero ensaio frente à realidade enfrentada.

A arqueologia no Brasil é um campo em plena expansão, mas é claro que uma qualificação no exterior sempre trás uma diferença. Assim um bom caminho é ainda uma formação com amplo conhecimento local e regional e depois um aprofundamento em nível nacional ou mesmo internacional.


Filmes como Indiana Jones colaboram ou prejudicam a imagem dos profissionais?

Colaboram na divulgação, pois a arqueologia é vista pelo seu lado romântico e aventureiro o que desperta a curiosidade e instiga a vontade das pessoas de conhecer mais sobre o fazer arqueológico, ou mesmo sobre o seu próprio passado. Porém, por outro lado filmes, jogos ou ficções também prejudicam o trabalho sério e meticuloso do pesquisador, no momento que exageram e fantasiam os profissionais ou mesmo a profissão. Desta forma o melhor é sempre procurar conhecer mais a ocupação através de literatura especializada, como bons livros introdutórios sobre arqueologia.


Que dicas você deixaria aos interessados em seguir a formação?

Estudar sempre, pois além do treinamento acadêmico o arqueólogo deve ser um investigador por natureza e para isso, sucessivamente procurar desvendar coisas novas, ao mesmo tempo em que trabalha para avançar no que já se sabe.

* Entrevistado por Rodrigo Storino

quinta-feira, novembro 13, 2008

Usos e Abusos da Arqueologia

Em 1984 Eric Hobsbawm apresenta um trabalho intitulado “a invenção da tradição”, onde ele fala que muito dos símbolos que vemos hoje como manifestações do passado, são na verdade mecanismos criados recentemente para que as pessoas validem seus atos como se fosse uma herança. Um exemplo disto e o kilt escocês que foi inventado em 1750 por um dono de fabrica como uniforme para os operários. Desta forma, a questão de usar a arqueologia para validar todo o tipo de pseudociência ao meu ver pode ser respondida com uma simples estorinha:


A historia é sobre um fantástico conjunto de ruínas intitulada Great Zimbabwe no sudoeste africano e sua significação. Os primeiros exploradores portugueses que encontraram estas ruínas em 1600DC imediatamente acharam que a existência de algo tão espetacular no meio da África não era nada menos do que as ruínas do palácio do Preste João, (ou rei Salomão) citado na bíblia. Esta explição perdurou até 1891, quando em pleno contexto de ocupação européia da África um explorador inglês chamado Cecil Rhodes atribuiu a construção das ruínas aos fenícios, que teriam ocupado o local e criado algum tipo de doca (ops...acho que já ouvi esta estória no Brasil tbm).


Bom, mas o que estas duas “explicações” tem em comum? Simples nenhuma delas levou em consideração que a construção do Great Zimbabwe podia ter sido obra dos povos locais, que afinal de contas já estavam por ali à bastante tempo. Mas se utilizavam de estereótipos para formular uma explicação que confirmasse a ocupação europeia no local. Porém em 1980 os arqueólogos identificaram que estas ruínas foram construídas por volta de 800 DC e tratavam-se de um grande centro comercial até 1600DC (coincidência?); e hoje estas ruínas são tidas como o maior patrimônio de onde? do próprio Zimbabwe que inclusive as utiliza na sua bandeira.
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